Música

Woodstock: Desvendando Mitos e Verdades do Festival Lendário

Quando falamos do lendário festival Woodstock, é praticamente impossível não imaginar multidões enlameadas, guitarras distorcidas ecoando pelos campos de Bethel, Nova York, e o espírito livre dos anos 1960 pairando no ar como uma nuvem de fumaça — nem sempre de cigarro. Meio século depois, Woodstock continua sendo mais do que um festival: tornou-se um marco cultural, uma fonte inesgotável de histórias (e boatos) e, claro, um daqueles eventos que todo mundo diz que teria ido, se tivesse nascido a tempo. Mas entre as tantas lendas, o que realmente aconteceu? Vamos separar mitos de verdades e revelar curiosidades surpreendentes sobre o festival mais icônico da história da música.

Primeiro, um fato incontestável: Woodstock não aconteceu exatamente em Woodstock. Isso mesmo! Apesar do nome, o festival foi realizado em uma fazenda de gado leiteiro em Bethel, a cerca de 70 quilômetros de distância da cidade de Woodstock, que originalmente foi cogitada para sediar o evento mas recusou devido ao receio de receber um mar de hippies. Michael Lang, um dos criadores do festival, encontrou abrigo nos campos do fazendeiro Max Yasgur, que ficou famoso por salvar o evento do cancelamento e, de quebra, conquistar a simpatia de meio milhão de jovens.

Outro mito recorrente: todo mundo estava nu e chapado. Claro, Woodstock foi um símbolo da contracultura, da liberdade e de uma certa… “relaxada” nas regras sociais, mas a maioria estava apenas curtindo a música e tentando sobreviver ao caos logístico. Havia nudez, sim, mas nada de orgias coletivas. Sobre as drogas, não dá para negar que LSD e maconha circularam livremente, mas muitos estavam sóbrios, preocupados mesmo era com lama, comida e onde fazer xixi em meio à multidão. Vale lembrar que o evento ficou famoso por seu clima de paz e amor, apesar de centenas de emergências médicas e dois óbitos registrados: um jovem atropelado por um trator enquanto dormia em seu saco de dormir e outro devido a uma overdose.

E quanto à lenda de que Jimi Hendrix tocou para uma multidão ensandecida ao amanhecer? Bom, a verdade é que ele fechou o festival às 9h da manhã de segunda-feira, com grande parte do público já tendo retornado para casa — restavam cerca de 30 mil dos 400 mil presentes no auge do evento. Mesmo assim, seu solo de guitarra em “The Star-Spangled Banner” tornou-se inesquecível, eternizando o momento como um grito de protesto e virtuosismo musical.

Ah, e se você acha que Woodstock foi um evento lucrativo, pense de novo. Os organizadores perderam uma fortuna — o festival inicialmente seria pago, mas a enorme quantidade de pessoas invadiu a área e, no fim, virou um evento gratuito por pura falta de alternativa. Só com o passar dos anos, graças ao lançamento do documentário “Woodstock” (1970) e da venda de álbuns, os prejuízos começaram a ser recuperados.

Outro fato curioso: choveu muito, mas muito mesmo. A lama virou personagem à parte, e as imagens de jovens dançando cobertos de barro se tornaram icônicas. O mau tempo causou atrasos, apagões e deixou os artistas e fãs à mercê dos humores da natureza — mas, surpreendentemente, ninguém perdeu o bom humor. Pelo contrário, o festival é lembrado até hoje pelo clima de solidariedade e improviso que uniu desconhecidos em situações inusitadas.

A trilha sonora, claro, foi um capítulo à parte. De Janis Joplin a Santana, passando por The Who, Crosby, Stills, Nash & Young e Joan Baez, o line-up de Woodstock entrou para a história. Vale destacar que alguns artistas famosos recusaram o convite — como Led Zeppelin, The Beatles e Bob Dylan — por diferentes razões, o que só alimenta a aura mítica do festival.

E para quem curte números: estima-se que mais de 400 mil pessoas participaram oficialmente de Woodstock entre 15 e 18 de agosto de 1969, embora alguns relatos falem em meio milhão. Foram consumidos cerca de 2,5 milhões de sanduíches, mais de 500 mil litros de água e uma quantidade incalculável de criatividade improvisada para garantir que todos pudessem curtir o som do festival.

Woodstock inspirou gerações, influenciou festivais modernos como Coachella e Glastonbury e ainda é fonte de debates acalorados sobre os limites entre mito e realidade. Em um mundo cada vez mais conectado, talvez o verdadeiro legado do festival seja nos lembrar do poder da música de reunir pessoas, transformar histórias e criar memórias coletivas — mesmo quando a lama não sai nem com reza brava.

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