Se você já se pegou cantarolando um refrão sertanejo no chuveiro, no trânsito ou até lavando a louça, saiba: você não está sozinho. O sertanejo é daquelas paixões nacionais que atravessam gerações, estilos e até mesmo os mais ferrenhos “alternativos” acabam se rendendo a um modão de vez em quando. E não é para menos: por trás de cada grande hit, existe uma história impossível de esquecer, cheia de emoção, suor, lágrimas e sorrisos. Hoje, vamos embarcar numa viagem por algumas das vozes mais emblemáticas do sertanejo e relembrar momentos que marcaram o gênero e o coração dos brasileiros – prepare o lencinho (e o chapéu), porque vem emoção aí!
Começando por um verdadeiro mito: Tião Carreiro, o inventor da viola caipira como conhecemos. Na década de 1950, ao lado de Pardinho, Tião criou um estilo novo, o pagode caipira, aquele que faz qualquer um querer dançar de bota e chapéu. A dupla compôs mais de 400 músicas, sendo “Pagode em Brasília” um hino para os amantes do gênero. Já imaginou um sertanejo sem a viola tinindo? Pois é, agradeça aos mestres Tião e Pardinho.
Não dá pra falar de sertanejo sem lembrar de Zezé Di Camargo & Luciano. A dupla, formada em 1991, praticamente definiu a trilha sonora das festas de família dos anos 90. O álbum de estreia vendeu mais de um milhão de cópias em apenas quatro meses! E vamos combinar: quem nunca se emocionou com “É o Amor”? A canção atravessou fronteiras, foi premiada internacionalmente e, de acordo com o ECAD, é uma das músicas mais executadas do Brasil nos últimos 30 anos. E, claro, a saga virou até filme: “2 Filhos de Francisco” encantou o Brasil em 2005, se tornando um dos filmes nacionais mais assistidos da história.
Agora, abrindo espaço para o rei das multidões: Leonardo. Depois de conquistar o Brasil ao lado do irmão Leandro, com sucessos como “Pense em Mim”, Leonardo levou sua voz marcante para uma carreira solo brilhante. Mesmo após a perda do irmão, em 1998, Leonardo seguiu emocionando legiões de fãs e provando que, no sertanejo, a superação faz parte da trajetória. Até hoje, seus shows são sinônimo de casa cheia e muita cantoria.
E quem se lembra do impacto de Chitãozinho & Xororó? Com cinquenta anos de carreira em 2025, a dupla é referência obrigatória. Eles foram pioneiros ao misturar o sertanejo de raiz com elementos do pop e do rock, abrindo portas para o sertanejo universitário. Com hits como “Evidências”, lançada em 1990, a dupla firmou um pacto eterno com o coração brasileiro. Segundo dados do Spotify, “Evidências” aparece em mais de 1 milhão de playlists e já ganhou versões em inúmeros idiomas – e, claro, entrou para o Guinness Book como clássico das serenatas (e dos karaokês de toda festa).
Agora, impossível falar de vozes inesquecíveis sem citar as mulheres que mudaram o jogo. Roberta Miranda, considerada a “Rainha da Música Sertaneja”, foi a primeira mulher a vender mais de um milhão de discos em um ano no Brasil, lá em 1986. Seu sucesso abriu portas para toda uma geração de sertanejas que, hoje, fazem história por aí, como Marília Mendonça – que, aliás, merece um capítulo à parte. Dona de uma voz única e letras que pareciam ler a alma, Marília conquistou o Brasil e o mundo, sendo a artista brasileira mais ouvida do Spotify em 2019 e 2020. Sua partida precoce em 2021 deixou um vazio enorme, mas sua obra segue viva, inspirando novos talentos e embalando corações apaixonados (ou sofridos).
Não podemos esquecer do fenômeno Jorge & Mateus, donos de nada menos que 10 bilhões de streams nas plataformas digitais até 2025. Eles redefiniram o sertanejo universitário e são presença praticamente obrigatória em qualquer evento que se preze. Se você nunca ouviu “Sosseguei” ou “Propaganda”, está precisando atualizar a playlist, hein?
Essas são apenas algumas das vozes que moldaram e continuam moldando o cenário sertanejo. O gênero, que já foi sinônimo de simplicidade e “vida no campo”, hoje é tão diverso quanto o Brasil: mistura sofrência, paixão, alegria e um tantinho de drama, sempre com aquele toque de verdade que só o sertanejo traz.
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