Você já ficou com aquela sensação estranha de “Eu já ouvi isso antes” ao escutar uma música nova que está bombando nas paradas? Não, você não está ficando maluco nem desenvolvendo poderes psíquicos – você está apenas reconhecendo um sample! Os samples, para quem caiu de paraquedas no assunto, são pequenos trechos de músicas antigas (ou nem tanto) que são reutilizados em novas composições. Pode ser um riff de guitarra nostálgico, um refrão inesquecível, uma batida marcante ou até um sussurro no fundo da canção. Eles são um verdadeiro tesouro para produtores musicais e uma baita fonte de curiosidade para quem curte música de verdade. Preparado para embarcar nessa viagem sonora? Então aumenta o volume e vem descobrir alguns samples icônicos que fazem a gente soltar aquele “eu conheço isso!” no meio da festa.
Vamos começar pelo clássico dos clássicos: “Crazy in Love” da Beyoncé, lançada em 2003. O riff de metais que abre e permeia a música é impossível de ignorar, né? Pois saiba que esse momento de pura energia veio diretamente da música “Are You My Woman? (Tell Me So)” da banda The Chi-Lites, lá de 1970. O produtor Rich Harrison pescou esse detalhe e transformou o sample em ouro puro, ajudando a catapultar Beyoncé para o status de diva global. Fala sério, algum dia você imaginou que um hit dos anos 70 estaria por trás de um dos maiores sucessos do século XXI?
Outro exemplo que faz a cabeça da galera é “Stronger” do Kanye West, lançada em 2007. O sample aqui é nada menos que “Harder, Better, Faster, Stronger” dos franceses robóticos do Daft Punk. O mais curioso é que o Daft Punk já havia usado samples em sua própria faixa, colhendo da obscura “Cola Bottle Baby” do Edwin Birdsong, de 1979. Ou seja, estamos falando de um sample de um sample que virou hit mundial! Uma verdadeira inception musical que deixa até o Leonardo DiCaprio confuso.
Vamos atravessar o Atlântico com o hit “Empire State of Mind” do Jay-Z e Alicia Keys, de 2009. O refrão poderoso, que fez multidões se emocionarem com a cidade de Nova York, na verdade tem raízes em “Love on a Two-Way Street” do grupo The Moments, de 1970. Jay-Z sabe das coisas: se você quer que todo mundo cante junto, nada como um trecho já testado e aprovado pelo público há décadas.
Falando em sucessos dançantes, não dá para ignorar “Toxic” da Britney Spears, lançado em 2003. Aquela melodia inconfundível de cordas, que parece saída de um filme de espionagem dos anos 60, foi emprestada de “Tere Mere Beech Mein”, uma música tradicional indiana composta por Laxmikant-Pyarelal para o filme “Ek Duuje Ke Liye” (1981). Quem diria que a musa pop americana estaria conectada com Bollywood, hein?
Agora, se você curte um bom groove, com certeza já dançou ao som de “Uptown Funk” do Mark Ronson com Bruno Mars, de 2014. A vibe retrô e irresistível da faixa vem de diversos samples sutis, mas um dos mais proeminentes é o groove de “All Gold Everything” do rapper Trinidad James, lançado em 2012. E olha que o próprio Trinidad James já se inspirou em outros clássicos do funk dos anos 70 e 80. Afinal, no universo do funk, todo mundo pega emprestado um pouquinho de todo mundo – é tipo aquela receita de família que vai sendo adaptada a cada geração.
Para quem ama rock, vamos lembrar de “Walk This Way” do Aerosmith. Em 1986, o Run-DMC colocou a faixa novamente no topo das paradas ao samplear e colaborar com a própria banda, misturando hip-hop e rock de forma inédita. Esse crossover não só reviveu a carreira do Aerosmith, como também abriu caminho para inovações e colaborações entre gêneros tão diferentes. O sample aqui não era só um trecho: era uma ponte entre mundos.
E tem também aquele clássico do rap “Juicy” do The Notorious B.I.G., lançado em 1994, que fez história sampleando “Juicy Fruit” do Mtume, de 1983. O resultado? Uma canção que se tornou hino do hip-hop e que até hoje inspira rappers mundo afora. O interessante é que “Juicy Fruit” por si só já era um sucesso, mas só virou eternidade mesmo ao ser reinventada por Biggie.
Por fim, se você é do time que adora música eletrônica, talvez nem saiba que “Show Me Love” da Robin S., de 1993, foi sampleada e remixada inúmeras vezes, virando base para hits mundiais como “Be Faithful” do Fatman Scoop e “Love On Me” do Galantis com Hook N Sling. O sample virou praticamente um patrimônio da cultura clubber, daqueles que nunca saem de moda.
Esses são só alguns exemplos do poder dos samples em transformar músicas boas em verdadeiros fenômenos. Eles atravessam gerações, unem estilos e mostram que, na música, nada se cria, tudo se transforma – e que bom, porque assim a gente pode dançar, cantar e se apaixonar sempre de um jeito novo. Da próxima vez que você reconhecer aquele trechinho familiar em uma faixa inédita, lembre-se: por trás de todo grande hit, pode haver uma piscadinha para o passado.
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