Se existe um país onde a música é parte do DNA nacional, esse país é o Brasil. Entre sambas, funks, rocks e forrós, nossas canções sempre refletiram – e desafiaram – os costumes e as regras da sociedade. Só que, às vezes, esse desafio foi longe demais aos olhos dos censores, e várias músicas acabaram proibidas, banidas das rádios, de apresentações públicas e até de gravações! Por trás dessas canções polêmicas, há histórias de ousadia, protesto, crítica social e, claro, muita criatividade. Prepare-se para uma viagem sonora pelas Top 20 Letras Polêmicas Proibidas no Brasil – e descubra o que torna essas músicas tão explosivas!
Você sabia que quase toda década teve pelo menos uma música proibida no Brasil? A censura, principalmente durante o período da ditadura militar (1964-1985), pegou pesado com artistas que usavam duplo sentido, crítica política ou que simplesmente ousavam falar de temas tabus, como sexo, drogas e religião. Mas não foi só nessa época: músicas recentes também já enfrentaram o famoso “não pode tocar”.
Começando pelo clássico absoluto da polêmica: “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores”, de Geraldo Vandré (1968). Símbolo da resistência à ditadura, a música virou hino dos protestos e acabou sumariamente proibida. Outra que deu o que falar foi “Cálice”, de Chico Buarque e Gilberto Gil – e olha que o título já é um trocadilho entre “cale-se” e cálice, o copo do vinho. A letra denunciava a opressão, e os censores entenderam direitinho: vetaram.
Mas não foi só política que incomodou. “Comportamento Geral”, de Gonzaguinha, também foi proibida pela crítica social afiada (“Você deve aprender a baixar a cabeça, e dizer sempre muito obrigado…”). “Apesar de Você”, do Chico Buarque (de novo ele!), foi vetada porque parecia ofender um certo “você” autoritário demais.
Algumas canções foram proibidas por motivos sexuais, como “Eu Sou Stefhany” (daquela do Crossfox, sim!), que apesar de parecer só uma brincadeira, teve versos considerados sugestivos demais para a TV aberta. “Rap das Armas”, dos MCs Júnior e Leonardo, se tornou hit de bailes funk e trilha de filme, mas foi proibida por supostamente fazer apologia à violência – ironia, já que a letra descrevia a realidade.
E não podemos esquecer de “Menina Veneno”, de Ritchie, que viu algumas rádios se recusarem a tocar a música no início dos anos 1980 por causa de seu tom considerado sensual demais para a juventude da época. Aliás, se sensualidade fosse crime, metade das músicas dos anos 90 e 2000 ficaria atrás das grades!
E por falar em funk, “Cerol na Mão” (Bonde do Tigrão) e “Proibidão do Baile” (vários MCs) foram símbolos de perseguição recente. As letras explícitas e o retrato cru do cotidiano nas comunidades incomodaram setores conservadores, que pressionaram por proibições. O mesmo aconteceu com “Beijinho no Ombro”, da Valesca Popozuda, acusada de apologia à ostentação e à rivalidade feminina (vai entender!).
Tem também casos curiosos, como “Fricote”, do Luiz Caldas, e “Morango do Nordeste”, dos integrantes do Karametade e do Lairton, que tiveram versos cortados por serem considerados ousados ou duplamente sugestivos – isso sem falar das músicas de duplo sentido do brega e do forró que às vezes sumiam misteriosamente das rádios.
No rock, Raul Seixas viu “Sociedade Alternativa” ser proibida, já que pregava liberdade extrema e, para os militares, esse papo era perigoso. Cazuza, outro mestre da provocação, teve “Brasil” e “O Tempo Não Para” na mira, por suas críticas ao país e à falta de perspectivas da juventude nos anos 1980.
Músicas infantis também não escaparam: “Atirei o Pau no Gato” foi vetada por incentivar maus tratos a animais! E até canções religiosas entraram na roda, como “Ave Maria Sertaneja”, sendo alvo de censura por mistura de fé e cultura popular.
E claro, o axé também já foi alvo: “Dança da Motinha”, do É o Tchan, e “Segure o Tchan” sofreram censura em programas infantis por, digamos, extrapolarem na coreografia e nas metáforas.
Para fechar com chave de ouro, “Pancadão” e “Bonde da Stronda” mostram que a cultura de proibição continua viva, seja por apologia, linguagem explícita ou pura birra moralista.
Curioso perceber que, muitas vezes, quanto mais proibida é a música, mais sucesso ela faz! Afinal, parece que o brasileiro adora uma treta – pelo menos quando o assunto é som rolando solto. E aí, qual dessas você já cantarolou escondido ou viu seu hit predileto sumir do rádio sem explicação? Vale lembrar que a arte resiste, se reinventa e, no fim, sempre acha um jeito de ecoar.
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