Samba no Carnaval: Tradição e Magia
Se existe uma palavra capaz de resumir a alma do Carnaval brasileiro, ela certamente é samba. Mas não estamos falando apenas daquele ritmo contagiante que faz qualquer um perder a vergonha e arriscar uns passinhos. O samba no Carnaval é tradição, cultura, resistência e, vamos confessar, um convite irresistível para cair na folia com muita alegria e, claro, aquela pitada de glitter.
A história do samba se confunde com a própria história do Brasil. Nascido no fim do século XIX, em meio à mistura de culturas africanas, indígenas e europeias, o samba se consolidou como a trilha sonora da vida nacional. O bairro do Estácio, no Rio de Janeiro, foi palco dessa revolução sonora, e por lá surgiram os primeiros sambistas lendários, como Ismael Silva e Bide. Imagine só: um batuque improvisado, versos cheios de malícia e criatividade, e um grupo de amigos transformando o cotidiano em pura poesia.
O Carnaval deu ao samba o palco perfeito para brilhar. Em 1932 foi realizado, no Rio de Janeiro, o primeiro desfile oficial das escolas de samba, com a Deixa Falar abrindo alas para o que se tornaria uma das maiores manifestações culturais do planeta. Desde então, as escolas de samba cresceram, o desfile se profissionalizou, os carros alegóricos ficaram gigantescos e as fantasias, um espetáculo à parte – já são mais de 14 metros de altura em alguns carros, e plumas que poderiam vestir toda uma corte real.
Mas o samba do Carnaval é muito mais do que luxo e ostentação. É resistência. Em cada enredo, há uma mensagem de luta, história e celebração das raízes negras e populares do Brasil. Em 2022, por exemplo, a escola de samba Grande Rio levou para a avenida a história do orixá Exu, desmistificando tabus religiosos e levantando debates importantes sobre intolerância religiosa. O samba enredo virou hit, não só nos desfiles, mas também nas ruas e nas playlists dos brasileiros.
A magia do Carnaval se faz sentir em cada esquina do Brasil. Se no Rio de Janeiro as escolas desfilam na Marquês de Sapucaí, em São Paulo o Anhembi pulsa ao som dos tamborins, e em Salvador o samba se mistura ao axé, criando uma festa sem fronteiras. Não podemos esquecer dos blocos de rua, que fazem o samba ecoar do Oiapoque ao Chuí, com foliões de todas as idades arrastando multidões embaladas pelo ritmo do surdo, do cavaquinho e da cuíca.
Fato é: o samba no Carnaval é democrático. Seja na passarela do samba ou no improviso de um bloco de rua, a música une gente de todo tipo e classe social. E, convenhamos, não existe tristeza que resista a um bom samba, especialmente quando ele vem acompanhado de confete, serpentina e um monte de gente animada.
Se você nunca sambou durante o Carnaval, está perdendo uma das experiências mais autênticas que o Brasil tem a oferecer. E se já sambou, sabe que aquela energia, misturada com suor e risadas, é capaz de recarregar as baterias para o resto do ano. Afinal, como já dizia Dorival Caymmi, quem não gosta de samba, bom sujeito não é. E quem ama Carnaval, então, é quase patrimônio nacional!
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