Quando o Funk Proibidão Viraliza no TikTok

0
Compartilhamentos

O funk proibidão, aquele subgênero do funk carioca que já foi visto por muitos como “música de gueto”, ganhou status de fenômeno digital quando chegou ao TikTok. Quem diria que batidas envolventes e letras ousadas, antes restritas a bailes e fones de ouvido, agora seriam trilha sonora de desafios virais, coreografias sincronizadas e até memes que atravessam fronteiras? Pois é, o funk proibidão viralizou, e o TikTok se tornou o seu baile virtual.

Não é de hoje que o funk carioca provoca polêmica, mas também fascínio. Desde que surgiu nas periferias do Rio de Janeiro, no final dos anos 1980 e início dos 1990, o estilo se reinventa. O proibidão, com letras explícitas e muitas vezes abordando temas como violência, sexo e o cotidiano das favelas, sempre foi alvo de discussões sobre liberdade de expressão, censura e criminalização da cultura periférica.

Mas, em plena era das redes sociais, nada escapa à viralização. Nos últimos anos, hits como “Rap da Felicidade”, “Baile de Favela” (MC João) e “Só Quer Vrau” (MC MM) já mostravam a força do funk nos charts brasileiros. Porém, foi com a ascensão do TikTok que o proibidão ganhou nova vida. O segredo? A plataforma permite recortes rápidos, de até alguns segundos, nos quais a batida marcante e refrões de duplo sentido se encaixam perfeitamente. Resultado: milhões de vídeos, bilhões de visualizações e um fenômeno cultural impossível de ignorar.

Um case emblemático rolou em 2022, quando “Tubarão, Te Amo” (DJ LK da Escócia, Tchakabum, MC Ryan SP e MC Daniel) explodiu no TikTok, entrando no top 10 do Spotify Brasil e invadindo festas de todos os tipos, do churrasco ao casamento. O curioso é que, em muitos casos, os usuários sequer conhecem toda a letra ou entendem suas referências. Bastam alguns segundos, um passinho viral e pronto: o funk proibidão já conquistou um novo público.

O TikTok também tem sido palco para artistas independentes, que usam a plataforma como vitrine para lançar hits e desafiar o veto das rádios tradicionais. MC Cabelinho, MC Poze do Rodo e DJ Rennan da Penha são exemplos de nomes que rompem barreiras e levam o funk direto das comunidades para os trending topics. E, claro, tudo com muito humor, criatividade e aquele tempero irreverente que só o Brasil tem.

Vale lembrar que, apesar da censura em algumas plataformas e da dificuldade de monetização por conta do conteúdo explícito, o proibidão segue ganhando espaço. No TikTok, até mesmo versões “family friendly” surgem, quando criadores adaptam as letras para fugir dos algoritmos de restrição. Assim, o funk encontra novos caminhos, ultrapassa fronteiras e ganha fãs do Oiapoque ao Chuí – e até fora do Brasil. Em 2023, segundo dados do próprio TikTok, músicas de funk apareceram entre os sons mais usados em vídeos postados nos Estados Unidos, Europa e América Latina, impulsionando colaborações internacionais e exportando o “passinho” mundo afora.

Seja você fã do “batidão” ou só está querendo aprender a coreografia daquele hit que não sai do seu feed, uma coisa é certa: o funk proibidão prova, mais uma vez, que cultura popular é resistência, reinvenção e muita ousadia. Não importa o que digam os críticos: quando o TikTok entra no baile, ninguém fica parado – nem mesmo os algoritmos.

Quer escutar os maiores sucessos do funk proibidão, montar suas playlists ou descobrir curiosidades sobre a música e a cultura pop? Então acesse o Soundz (https://soundz.com.br), a plataforma de streaming de música grátis, onde você pode ouvir suas faixas favoritas e criar playlists personalizadas. Aproveite também a revista digital com conteúdos variados sobre música, entretenimento, cultura pop, tecnologia e muito mais. Cola lá e sinta o ritmo!

0
Compartilhamentos
Sair da versão mobile