Nem só de refrões chiclete e solos de guitarra vive a música. Às vezes, aquele hit que não sai da sua cabeça acaba sendo sepultado nas profundezas do cancelamento — e não estamos falando de simplesmente sair das paradas de sucesso, mas sim de ser “apagado” do convívio social por motivos que vão muito além da melodia. Seja por letras polêmicas, contextos problemáticos ou escândalos envolvendo os próprios artistas, várias músicas já passaram pelo tribunal da opinião pública e levaram cartão vermelho. Mas você já parou para pensar: por que essas músicas foram canceladas?
Vamos dar uma volta pelo mundo das playlists proibidas e entender como algumas canções foram da fama ao cancelamento em poucos acordes. Prepare os fones, porque a trilha sonora de hoje é polêmica!
Primeiro, não tem como não citar “Baby, It’s Cold Outside”, aquela baladinha natalina que sempre aparece em filmes românticos de fim de ano. Escrita em 1944, a música já foi gravada por nomes como Frank Sinatra, Dean Martin e Lady Gaga. Mas nos últimos anos, a canção foi alvo de críticas por conta da letra, que muitos interpretam como um exemplo de pressão sexual e falta de consentimento. Em 2018, algumas rádios dos EUA e do Canadá tiraram “Baby, It’s Cold Outside” do ar após movimentos sociais questionarem sua mensagem. O debate foi tão intenso que até ganhou memes e versões paródicas. Resultado? A música virou símbolo do que alguns chamam de “cancelamento natalino”.
Outro caso clássico é “Blurred Lines”, de Robin Thicke, com Pharrell Williams e T.I. Lançada em 2013, a faixa bombou nas paradas, mas logo foi criticada por supostamente banalizar o consentimento sexual. O refrão “I know you want it” (“Eu sei que você quer”) foi apontado como problemático por ativistas e especialistas, gerando protestos em universidades e sendo banida de festas e eventos estudantis em vários países, incluindo o Reino Unido. Além disso, a música também enfrentou uma disputa judicial por plágio com a família de Marvin Gaye — e perdeu. Cancelamento duplo: social e judicial!
“Brown Sugar”, dos Rolling Stones, também entrou na lista negra. Escrita em 1971, a faixa é, sem rodeios, sobre escravidão, violência e sexualização de mulheres negras. Apesar do riff marcante e da popularidade, não dá para negar o desconforto que a letra causa hoje em dia. Em 2021, Mick Jagger e companhia anunciaram que deixariam de tocar “Brown Sugar” em shows, reconhecendo que os tempos mudaram e a canção perdeu o espaço no palco.
No Brasil, músicas como “Fio Maravilha”, de Jorge Ben Jor, enfrentaram outro tipo de cancelamento: o jurídico. A faixa homenageava o jogador Fio Maravilha, mas acabou censurada por questões de direito de imagem. Depois de muita confusão, a música voltou, mas o episódio mostra que, por aqui, cancelamento também pode vir da esfera legal.
E quem lembra de “Freaky Friday”, de Lil Dicky com Chris Brown? O hit viralizou, mas foi colocado em pausa depois que o passado de Chris Brown veio à tona novamente, especialmente após discussões sobre violência doméstica. Em 2024, movimentos sociais e plataformas de streaming passaram a sinalizar conteúdos com o cantor, diminuindo a exposição da faixa.
Outro caso emblemático é “Cop Killer”, da banda Body Count, liderada por Ice-T. A música, lançada em 1992, foi banida de várias rádios americanas e retirada do álbum devido à polêmica letra que faz críticas à brutalidade policial. Organizações policiais, políticos e até o então presidente George H.W. Bush se manifestaram contra. Em tempos de discussões sobre violência policial, a música segue como símbolo de protesto, mas permanece “cancelada” em várias plataformas.
O fenômeno do cancelamento musical não é exclusivo de uma geração ou estilo — é reflexo de mudanças sociais, culturais e até mesmo jurídicas. O que era aceito décadas atrás pode soar absurdo (ou até ofensivo) hoje. E, claro, a internet acelerou tudo: fãs, movimentos sociais e instituições têm agora uma voz poderosa para questionar, protestar e, às vezes, dar uma segunda chance para velhos hits — ou decretar o silêncio definitivo.
Mas, se você ficou curioso para ouvir essas e outras músicas polêmicas, o Soundz (https://soundz.com.br) é a plataforma perfeita. Lá você pode escutar músicas, criar playlists e ainda se informar com uma revista digital repleta de temas variados. Aproveite para descobrir novas canções e até mesmo revisitar aquelas que já foram canceladas — afinal, para cada história de cancelamento, existe uma trilha sonora esperando para ser (re)descoberta!