Música

Os Segredos do Samba: Tudo Que Você Precisa Saber

Se você já sentiu aquela vontade irresistível de mover os pés quando escuta um tantã batendo ao fundo, parabéns: o samba acabou de conquistar mais um coração. Mas você já parou para pensar de onde veio esse ritmo tão brasileiro, que é capaz de transformar tristeza em catarse coletiva e festa em patrimônio cultural? Prepare-se para descobrir todos os segredos do samba, do surgimento nas ruas cariocas até os bastidores do Carnaval, e entenda por que ele é muito mais do que música: é identidade, resistência, história e, claro, swing no quadril.

Primeiro, vamos desfazer um mal-entendido comum: o samba não nasceu no Carnaval, mas sim nos quintais, terreiros e comunidades negras do Rio de Janeiro, por volta do final do século XIX. Sua origem é mestiça — resultado do encontro das tradições africanas trazidas por pessoas escravizadas e das influências culturais indígenas e europeias. O nome “samba”, aliás, teria vindo do termo africano “semba”, uma dança tradicional de Angola que significa “umbigada” (sim, aquela que se dança grudadinho para valer).

No início, o samba era visto com maus olhos pela elite carioca — considerado música de “malandro” e perseguido pela polícia. Mas como todo brasileiro sabe, malandro é malandro e mané é mané: o samba resistiu, cresceu e se espalhou. Em 1917, Donga e Mauro de Almeida registraram “Pelo Telefone”, considerado o primeiro samba gravado da história. A partir daí, não teve mais volta. Em pouco tempo, sambistas como Pixinguinha, Ismael Silva, Cartola e Noel Rosa transformaram o ritmo em trilha sonora da cidade e do país, elevando o samba ao status de arte nacional.

Mas não existe só um tipo de samba — na verdade, ele é quase uma família inteira. Tem o samba de roda, patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco, que veio da Bahia e mistura canto, dança e percussão; o samba-enredo, estrela absoluta das escolas de samba do Carnaval; o samba-canção, com letras românticas e melodias mais lentas; o pagode, nascido nas rodas de amigos nos anos 1980 e responsável por hits que grudam na cabeça; o partido-alto, com versos improvisados e muito humor; e até o samba-rock, mistura pra lá de swingada de samba com soul e rock’n’roll. Ufa!

O segredo do samba está no ritmo contagiante: é impossível ouvir um pandeiro, um surdo e um cavaquinho tocando juntos e ficar parado. A batida sincopada, cheia de “tchan-tchan-tchans”, é quase um convite para deixar a vergonha de lado e se jogar na dança. E não pense que samba é só para quem tem “gingado natural”: até os mais desajeitados podem (e devem!) se arriscar. Dizem que, para aprender a sambar, basta fechar os olhos e sentir a música — e, se alguém te olhar torto, lembre-se: ninguém nasce sabendo, nem os passistas da Sapucaí.

Além de animar festas e levantar arquibancadas, o samba é também voz política e resistência cultural. Compositores não deixaram passar batido temas como racismo, pobreza e injustiça social. “Apesar de você”, de Chico Buarque, por exemplo, virou hino de protesto contra a ditadura militar. Já Zeca Pagodinho, Martinho da Vila e Beth Carvalho deram rosto ao samba da comunidade, mostrando que o ritmo fala tanto da dor quanto da alegria.

E que tal curiosidades para brilhar na roda de amigos? A feijoada com samba surgiu porque as tias baianas do Rio abriam suas casas para festas regadas a comida e música. Cartola, um dos maiores gênios do samba, trabalhou como lavador de carros até ser redescoberto aos 65 anos. A Mangueira, fundada em 1928, é uma das escolas de samba mais tradicionais e já ganhou mais de 20 títulos do Carnaval carioca. E se alguém disser que “bossa nova” é samba sofisticado, pode corrigir: Tom Jobim e João Gilberto criaram um gênero próprio, mas sem negar as raízes sambistas.

Hoje, o samba está em tudo: dos bares ao TikTok, das novelas às playlists de streaming. Novas gerações mantêm a chama acesa, com artistas como Diogo Nogueira, Teresa Cristina e o grupo Fundo de Quintal. E todo 2 de dezembro é dia nacional do samba, pra todo mundo sambar sem culpa.

Então, se bater aquela vontade de mergulhar de cabeça no batuque, já sabe: solte o corpo, cante alto, e celebre o samba como ele merece. E não esqueça de sintonizar no Soundz (https://soundz.com.br) – plataforma de streaming de música grátis onde você escuta samba, cria playlists e ainda se informa com uma revista digital repleta de variedades. Porque samba bom é samba compartilhado!

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