Música

Os momentos mais emocionantes do documentário “What Happened, Miss Simone?”

Se você já assistiu ao documentário “What Happened, Miss Simone?” na Netflix, sabe que ele não é apenas um mergulho profundo na carreira da lendária Nina Simone, mas um convite irresistível para sentir na pele todas as emoções que permearam sua vida e obra. Entre revelações chocantes, apresentações de arrepiar e momentos íntimos, a produção de Liz Garbus vai muito além do básico, entregando ao espectador uma jornada intensa através dos altos (e muitos baixos) de uma das vozes mais potentes do século 20. Separamos aqui os 30 momentos mais emocionantes do documentário, para você que já é fã reviver, ou quem sabe convencer aquele amigo que acha que Nina Simone é só “Feeling Good”.

Logo de cara, somos transportados para a infância de Eunice Waymon (sim, esse é o nome de batismo da Miss Simone), com vídeos raros e relatos sobre seu talento precoce ao piano. Dá pra sentir o orgulho e também a frustração de quem sonhava ser a primeira pianista clássica negra dos Estados Unidos – e viu o racismo bloquear portas. Emocionante é ver as cartas manuscritas da própria Nina, cheias de sonhos e revoltas, lidas por sua filha Lisa Simone Kelly. A relação entre mãe e filha, aliás, é um dos fios condutores mais tocantes da narrativa, com confissões delicadas e desabafos sobre como a genialidade da mãe também a afastou da família.

Não tem como não ficar com o coração na mão ao assistir imagens inéditas dos bastidores das gravações, quando Nina, já famosa, revela a dor de “ser obrigada a cantar para sobreviver”. Fica claro: a música era sua salvação e sua prisão. As cenas dos shows são um capítulo à parte. Quando Nina interpreta “Mississippi Goddam” ao vivo, com aquela fúria e clareza, sentimos o peso histórico do momento. A música foi composta como um grito de protesto após o assassinato de quatro meninas negras em Birmingham, Alabama, em 1963. Ver a plateia reagir, entre desconforto e admiração, é de arrepiar.

Outro grande destaque é a participação de Nina no movimento pelos direitos civis ao lado de Martin Luther King Jr. e outras lendas. O documentário recupera áudios raros dela discursando, e até hoje é impossível não se emocionar ao ouvir sua voz carregada de indignação e esperança. O documentário também não foge dos momentos mais sombrios: a luta de Nina contra o transtorno bipolar e episódios de violência doméstica. Seu ex-marido e empresário Andrew Stroud aparece em cenas desconfortáveis, inclusive em depoimentos que mostram o lado sombrio da fama — o preço da genialidade, muitas vezes, é alto demais.

Os fãs da sonoridade de Nina também ganham presentes: cenas de ensaios improvisados, gravações caseiras e momentos de pura espontaneidade, como quando ela senta ao piano em Paris, já exilada dos Estados Unidos, e simplesmente deixa a música fluir como se conversasse com seu passado. Esses instantes revelam a artista por trás do mito. Outro momento que arranca lágrimas é quando Nina, já mais velha, retorna aos palcos depois de anos afastada. A vulnerabilidade em seu olhar contrasta com a força de sua voz, mostrando que, mesmo com todos os traumas, ela ainda tinha muito a dizer (e cantar) ao mundo.

As entrevistas com amigos, músicos e principalmente com Lisa Simone ajudam a construir um retrato honesto e, por vezes, doloroso. Quando Lisa relata episódios de violência e abandono, não há como não se comover. Mas também há espaço para ternura, como nas lembranças doces das manhãs de domingo ouvindo a mãe tocar, e nos risos compartilhados com antigos parceiros musicais. O documentário equilibra com maestria o gênio artístico e as fragilidades humanas de Nina Simone.

E como esquecer o discurso de Nina sobre liberdade? Uma fala icônica, onde ela define liberdade como “não ter medo”. Um mantra que ecoa ainda em 2025, lembrando que a luta dela continua mais atual do que nunca. Ao final, “What Happened, Miss Simone?” deixa a certeza de que a artista transcendeu a música. Suas canções são gritos, sussurros e abraços em forma de melodia – e cada momento retratado no documentário é um lembrete do poder de uma voz tão única e necessária.

Se você ainda não assistiu, prepare o coração, o lencinho (ou a toalha se for sensível) e embarque nessa viagem intensa. E claro, depois de se emocionar, aproveite para ouvir a discografia completa da Nina Simone grátis, criar uma playlist só com os clássicos dela, ou explorar outras histórias incríveis da música em Soundz (https://soundz.com.br). Plataforma de streaming de música grátis, escute músicas e crie playlist. Além de uma revista digital completa de diferentes assuntos. Você não vai querer perder!

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