Música

Os artistas da MPB que se destacaram na luta pelos direitos autorais

Se você pensa que a Música Popular Brasileira é só violão, samba no pé e versos apaixonados, prepare-se para descobrir um capítulo eletrizante — e, por que não dizer, revolucionário — dessa história: a jornada dos artistas da MPB na luta pelos direitos autorais. Música não nasce do vento, embora muitos digam que inspiração é coisa do ar. Por trás de cada canção premiada, existe o suor de compositores e intérpretes que batalharam (e muito!) para garantir que suas criações rendessem, além de aplausos, aquele dinheirinho justo no final do mês.

Desde o início do século XX, os artistas brasileiros enfrentaram um cenário desafiador. O rádio, surgido nos anos 1920, transformou a música em patrimônio nacional, mas também escancarou um problema: músicos consagrados como Noel Rosa, Ary Barroso e Dorival Caymmi viram suas obras tocarem Brasil afora sem retorno financeiro proporcional. Foi Ary Barroso, aliás, quem puxou o coro pela valorização dos compositores. Autor do clássico “Aquarela do Brasil”, Ary não se contentou apenas em criar sucessos; ele foi um dos primeiros a levantar a voz em defesa do direito autoral no Brasil, participando ativamente da fundação da UBC (União Brasileira de Compositores), uma associação que existe até hoje para cuidar do bolso e da moral dos nossos músicos.

Outro nome gigante nesse campo é Chico Buarque. Símbolo de resistência política e artística durante a ditadura militar, Chico também foi incansável nos bastidores, questionando distribuidoras e gravadoras sobre pagamentos e contratos. Em 2017, para você ter ideia, Chico foi um dos nomes que pressionou o Congresso Nacional a discutir mudanças na legislação dos direitos autorais, buscando garantir mais transparência e justiça na divisão dos lucros das plataformas digitais. Porque, sejamos sinceros, ninguém quer ver o compositor daquele refrão chiclete comendo miojo por mês inteiro enquanto a música bomba no streaming.

Continuando a trilha das vozes engajadas, não dá para esquecer Gilberto Gil. O nosso ex-Ministro da Cultura não só defendeu políticas públicas de incentivo à música como também foi peça-chave na discussão sobre a flexibilização dos direitos autorais na era digital. Gil, aliás, sempre enfatizou a necessidade de adaptar as regras para o novo mundo do streaming sem deixar o artista na mão. Ele participou ativamente da reforma da Lei dos Direitos Autorais, sancionada em 2013, que modernizou boa parte do sistema brasileiro.

Maria Bethânia também merece um solo nesse artigo. Rainha dos palcos, ela foi uma das primeiras a questionar judicialmente contratos abusivos em relação à distribuição de royalties. Bethânia sempre defendeu a autonomia do artista — “meu canto, meu ganho” poderia ser seu lema. Em 2022, ela se manifestou publicamente quando houve tentativas de flexibilizar a lei para favorecer grandes corporações, dizendo que o verdadeiro patrimônio do Brasil é a cultura, não o lucro fácil.

O fenômeno Caetano Veloso não fica para trás. Ele foi fundador da Associação Procure Saber, em 2012, ao lado de Chico, Bethânia e outros medalhões, justamente para fortalecer a posição dos autores na negociação de direitos frente ao avanço das plataformas digitais. Caetano não tem papas na língua: já foi até ao Congresso Nacional debater pessoalmente a importância de manter a remuneração justa para quem cria as músicas que tocam no coração (e nos fones) de milhões de brasileiros.

A nova geração também faz barulho. Criadores como Anitta e Emicida são exemplos de artistas que entendem a importância da gestão dos direitos autorais. Anitta, além de empresária, já declarou publicamente que acompanha de perto o recebimento dos seus royalties, tornando-se inspiração para novos talentos que desejam construir uma carreira sólida e financeiramente sustentável.

O resultado de toda essa movimentação? Hoje, artistas têm mais ferramentas para fiscalizar e reivindicar seus direitos, além de uma legislação mais moderna. Mas o jogo nunca está ganho: em 2025, ainda existem batalhas sendo travadas em torno da remuneração justa nos streamings e da transparência nos processos de arrecadação.

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