Imagine só: fevereiro chega no Brasil e, antes mesmo de dar bom dia, já tem gente pensando na fantasia, no glitter, no confete, no bloco da esquina e – claro! – no samba. O Carnaval de rua é daquelas tradições que definem o calendário brasileiro e, com toda a sua explosão de cores, ritmos e alegria, conquistou admiradores mundo afora. Mas, por trás desse espetáculo democrático, pulsa o coração do samba – aquele ritmo genuinamente brasileiro que não pede licença para entrar, simplesmente toma conta das ruas, do corpo e da alma.
O samba, nascido lá no comecinho do século XX nos quintais e morros cariocas, é filho da mistura: tem raízes africanas, tempero indígena e influências europeias. E foi justamente nas rodas de samba, nos terreiros e nas festas populares que a batida ganhou força, se tornando símbolo de resistência cultural e identidade nacional. A partir da década de 1920, com a fundação das primeiras escolas de samba, o ritmo ganhou ainda mais notoriedade e organização, invadindo as ruas do Rio de Janeiro com desfiles deslumbrantes e muita criatividade.
Hoje, o Carnaval de rua é uma festa sem fronteiras: do Rio a Salvador, de Recife a São Paulo, cada cidade tem seu jeitinho de celebrar. No Rio, são os desfiles das escolas de samba e os blocos irreverentes que arrastam multidões: estima-se que, em 2024, mais de 5 milhões de foliões curtiram os blocos cariocas. Já em Salvador, o axé e os trios elétricos disputam espaço com blocos afros e afoxés, mas o samba segue firme nos palcos e nos becos. Em São Paulo, a capital que abraçou o Carnaval de rua com força nos últimos anos, mais de 700 blocos animaram as ruas, provando que o samba não tem endereço fixo – é itinerante por natureza, sempre buscando um novo coração para habitar.
Mas não é só no Brasil que o samba faz a festa. O ritmo também conquistou o mundo: em Londres, Berlim, Tóquio e Nova York, blocos de Carnaval compõem uma verdadeira diáspora sambística. Em 2019, a capital inglesa reuniu mais de 10 mil pessoas no bloco “Paraiso School of Samba”, e no Japão, a “Asakusa Samba Carnival”, de Tóquio, atrai cerca de 500 mil espectadores todo ano. Não é à toa que, em 2005, a Unesco reconheceu o samba como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade – é impossível ficar parado diante de tanto suingue.
Além de diversão, o Carnaval de rua é plataforma de protesto, de inclusão e de celebração da diversidade. A cada ano, surgem blocos temáticos levantando bandeiras importantes, de questões ambientais à luta contra o racismo, passando pela valorização da cultura LGBTQIA+. Ou seja: samba no pé, mas consciência social na cabeça!
Por trás de toda essa alegria, estão profissionais e apaixonados que movem uma verdadeira máquina criativa: são costureiros, músicos, compositores, aderecistas, ambulantes e foliões que, juntos, movimentam mais de R$ 8 bilhões na economia brasileira a cada Carnaval. E não se engane: esse impacto vai muito além do turismo, chegando à geração de empregos e ao fortalecimento da autoestima do povo.
No fim das contas, o Carnaval de rua e o samba são convites para dançar, cantar, se reinventar e celebrar a vida em comunidade. Se você ainda não se jogou nesse universo, taí a chance de sair do bloco dos indecisos, colocar o seu melhor sorriso e deixar o samba te levar – porque, como diz a velha guarda, quem não gosta de samba bom sujeito não é!
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