Se você acha que uma música é para sempre, é melhor repensar esse conceito. A história da música está recheada de sucessos que, de repente, sumiram das playlists, rádios e até das plataformas de streaming. Não estamos falando apenas de hits esquecidos pelo tempo, mas de músicas canceladas, verdadeiros hits que foram retirados de circulação por motivos que vão muito além do mau gosto musical (ou falta dele!).
Pode parecer coisa de novela mexicana, mas não é invenção: sejam polêmicas envolvendo artistas, conteúdos considerados ofensivos ou até decisões judiciais, algumas músicas simplesmente desapareceram do mapa. Separamos alguns desses casos para você descobrir que, sim, o cancelamento musical existe – e pode ser tão surpreendente quanto um solo de guitarra inesperado.
Vamos direto ao ponto: talvez você já tenha ouvido falar de “Baby It’s Cold Outside”, uma música clássica natalina gravada pela primeira vez em 1944. A canção ficou famosa por suas inúmeras versões ao longo das décadas, mas ganhou uma polêmica nova no século XXI. Em 2018, algumas rádios nos Estados Unidos e Canadá decidiram tirar a faixa do ar após críticas sobre o conteúdo das letras, interpretadas como sugestivas e problemáticas nos padrões atuais. O debate foi intenso: seria censura ou apenas uma atualização dos valores sociais? O fato é que, por um tempo, a música sumiu das ondas do rádio – e só voltou após muita discussão e adaptações em suas letras.
Outro exemplo notório é “Blurred Lines”, de Robin Thicke, Pharrell Williams e T.I. Lançada em 2013, a faixa foi um sucesso imediato, mas também gerou uma avalanche de críticas. Acusada de fazer apologia à cultura do estupro e de promover mensagens sexistas, “Blurred Lines” não apenas sumiu de muitas rádios e playlists, como também resultou em processos judiciais por plágio – e uma multa milionária para seus criadores. O cancelamento foi tão forte que a música virou um dos maiores símbolos de “como não fazer” sucessos nos anos 2010.
Falando em polêmica, não podemos esquecer de “Cop Killer”, da banda Body Count liderada pelo rapper Ice-T. Lançada em 1992, a música foi alvo de protestos de policiais e políticos nos Estados Unidos, que exigiram seu banimento. A pressão foi tanta que a gravadora retirou o álbum do mercado e relançou sem a canção. O próprio Ice-T defendeu a letra como uma crítica social, mas o estrago já estava feito: “Cop Killer” foi oficialmente cancelada antes mesmo de ganhar a fama que poderia ter tido.
E quem lembra de Michael Jackson? O Rei do Pop também viu suas músicas serem canceladas, especialmente após o lançamento do documentário “Leaving Neverland” em 2019, que trouxe novas acusações de abuso contra o artista. Diversas rádios ao redor do mundo removeram faixas como “Billie Jean” e “Thriller” de suas programações. O debate sobre separar o artista da obra pegou fogo, mas o cancelamento, ainda que temporário, mostrou o poder do público (e das redes sociais) sobre o legado musical.
Agora, segura essa: até os Beatles já tiveram música cancelada! Em 1966, a canção “A Day in the Life” foi banida temporariamente pela BBC sob a alegação de fazer apologia às drogas. “Lucy in the Sky with Diamonds” também entrou na mira, suspeita de esconder referências ao LSD. Dá para acreditar que até os garotos de Liverpool tiveram que encarar o cancelamento?
E não para por aí: “God Save the Queen”, clássico do Sex Pistols, foi proibido em várias rádios britânicas durante o Jubileu de Prata da Rainha Elizabeth II em 1977, devido ao seu caráter anti-monárquico. Mesmo assim, a música virou símbolo de resistência e, claro, item cobiçado por colecionadores.
O cancelamento musical está sempre de olho nos hits, então, nunca subestime o poder de uma letra polêmica ou de uma controvérsia midiática. E aí, ficou surpreso com esses exemplos? Conhece outras músicas que foram canceladas e sumiram das playlists? Compartilha com a gente nos comentários!
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