Música

João Gilberto: O Pai da Bossa Nova

Se você já se pegou batucando com os dedos na mesa ao som de “Chega de Saudade”, saiba que provavelmente deve agradecer a ninguém menos do que João Gilberto, o gênio baiano que mudou para sempre a história da música brasileira. Considerado o Pai da Bossa Nova, João não era só um artista, era praticamente um alquimista do som, um mestre em transformar um violão e uma voz suave em pura poesia auditiva. Prepare-se para mergulhar na vida e na obra desse ícone – spoiler: depois deste texto, impossível ouvir bossa nova do mesmo jeito.

João Gilberto Prado Pereira de Oliveira nasceu em Juazeiro, Bahia, em 10 de junho de 1931. Desde pequeno, já mostrava que a relação dele com a música seria, no mínimo, diferente. Aos 14 anos, ganhou seu primeiro violão, e aí começou a revolução silenciosa. Em vez de seguir o caminho fácil, João inventou seu próprio jeito de tocar, desenvolvendo uma batida única no violão, quase como se sussurrasse segredos musicais que só ele entendia totalmente. E foi justamente esse estilo minimalista, mas sofisticado, que se tornaria a base da Bossa Nova.

Quando João se mudou para o Rio de Janeiro nos anos 1950, o cenário musical era dominado pelo samba-canção, com letras dramáticas e arranjos grandiosos. João chegou para mudar tudo: voz baixinha, violão marcado, economia de notas e uma vibe tranquila o suficiente para você achar que estava numa rede, à sombra de um coqueiro, tomando água de coco. Em 1958, ele lançou “Chega de Saudade”, canção composta por Tom Jobim e Vinicius de Moraes. O álbum de mesmo nome, lançado em 1959, é considerado o marco zero da Bossa Nova. Não à toa, foi incluído em listas de melhores discos de todos os tempos pela Rolling Stone Brasil e outros veículos internacionais.

A partir daí o mundo se rendeu. Os Estados Unidos, então, entraram de cabeça na onda da Bossa Nova, especialmente depois do lançamento do álbum “Getz/Gilberto”, em 1964, gravado com o saxofonista americano Stan Getz. O disco, que inclui o clássico “Garota de Ipanema” (interpretado por Astrud Gilberto), vendeu milhões de cópias e levou o Grammy de Álbum do Ano em 1965 – primeira vez que um álbum de música não americana conquistou tal feito. Sim, João Gilberto colocou o Brasil, com sotaque e tudo, no topo do mundo musical.

O mais curioso é que João era famoso não só pelo talento, mas também pelo jeito recluso, quase misterioso. Quem já foi a um show sabe: era comum esperá-lo horas para subir ao palco, tudo em nome de alcançar o som perfeito. Nada de pressa, João queria tudo do jeito dele – e, convenhamos, quando se trata de bossa nova, “jeito João Gilberto” virou escola.

Entre as maiores contribuições de João estão a redefinição da harmonia, a criação de uma batida de violão peculiar (tente copiar: boa sorte!) e o canto quase falado, que virou marca registrada da bossa nova. Artistas do mundo todo, de Frank Sinatra a Caetano Veloso, reverenciam a influência de João Gilberto – e não é pra menos. Mesmo depois da sua morte em 2019, seu legado segue vivo, inspirando músicos de todas as gerações e nacionalidades.

E aí, ficou com vontade de ouvir aquela batida inconfundível agora mesmo? Aproveite para conhecer ou revisitar a obra de João Gilberto e sentir na pele porque ele é chamado de o Pai da Bossa Nova. E se você quiser mergulhar mais fundo nesse universo musical (e em muitos outros!), dê um pulo no Soundz (https://soundz.com.br) – a plataforma de streaming de música grátis onde você pode escutar João Gilberto, criar playlists e ainda conferir uma revista digital cheia de conteúdo bacana. Porque, convenhamos, música boa e informação nunca são demais!

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