Música

Curiosidades Sobre a Bossa Nova que Você Não Sabia

Se você pensa que já sabe tudo sobre a Bossa Nova, pode preparar o coraçãozinho: vem aí uma seleção de curiosidades que vão desafinar até aquele seu amigo mais entendido no assunto! A Bossa Nova é um dos maiores patrimônios culturais do Brasil, mas por trás do balanço suave e das harmonias sofisticadas, há histórias e fatos que merecem destaque — e alguns são tão surpreendentes quanto um solo de João Gilberto.

Para começar, você sabia que a expressão “Bossa Nova” já existia antes do movimento musical? A palavra “bossa”, no Rio de Janeiro do início do século XX, era uma gíria usada para designar jeito ou talento para alguma coisa. Mas só em 1958, com o lançamento do álbum “Chega de Saudade” de João Gilberto, é que o termo ganhou o sobrenome “nova” e passou a identificar o estilo musical que conquistou o mundo. Antes disso, o termo já aparecia em partituras e textos de outros gêneros, como o samba, mas foi João quem deu o toque final.

Falando em João Gilberto, ele era quase tão perfeccionista quanto um barista montando latte art. Dizem que, durante as gravações, qualquer ruído — até mesmo o barulho do ar-condicionado — era suficiente para interromper tudo. Ele buscava uma sonoridade tão pura que, em muitas ocasiões, gravava com as luzes do estúdio apagadas, para se concentrar totalmente. E por falar em gravações, “Chega de Saudade” foi gravado em apenas duas noites, usando técnicas inovadoras que mudaram para sempre a música brasileira.

Se você acha que a batida da Bossa Nova é só um sambinha mais calmo, prepare-se para se surpreender: a famosa batida de violão de João Gilberto foi inventada por ele em 1957, enquanto ele ainda morava na casa da irmã, em Juazeiro, Bahia. Ele passava horas trancado no banheiro (o melhor lugar da casa para ecoar o som do violão!), buscando a mistura perfeita de samba com influências do jazz americano. Resultado? Uma batida inconfundível, que virou marca registrada do gênero.

A Bossa Nova também teve seu “Woodstock brasileiro”: o lendário show no Carnegie Hall, em Nova York, em 1962. Com um line-up de peso incluindo Tom Jobim, João Gilberto, Oscar Castro Neves, Sérgio Mendes e muitos outros, o evento apresentou a Bossa Nova para o mundo. O show foi tão importante quanto caótico: houve problemas técnicos, atrasos e músicos que mal conseguiram ensaiar juntos. Mesmo assim, a apresentação foi um divisor de águas e fez o jazz americano cair de amores pela música brasileira.

Mas não foi só nos EUA que a Bossa Nova fez fama. Em 1964, “The Girl from Ipanema” (ou “Garota de Ipanema”, para os íntimos) tornou-se a segunda música mais gravada da história, perdendo apenas para “Yesterday” dos Beatles. A versão em inglês, cantada por Astrud Gilberto, conquistou o Grammy e colocou a música brasileira no topo das paradas mundiais. Curiosamente, Astrud nunca tinha gravado profissionalmente antes — ela foi chamada de última hora para cantar em inglês porque era a única do estúdio que arranhava o idioma.

Você sabia também que, apesar do clima de amor e praia, a Bossa Nova foi vista com desconfiança por muitos sambistas tradicionais? No início, alguns músicos consideravam o estilo “esquisito”, “frio demais” ou até “americano demais”. Mas, com o tempo, a Bossa Nova provou que tinha força e conquistou não só o Brasil, mas também músicos como Frank Sinatra, que gravou um disco inteiro dedicado a Tom Jobim em 1967.

E não podemos esquecer de Vinicius de Moraes: poeta, diplomata e boêmio de primeira, ele era conhecido pelas parcerias geniais — principalmente com Tom Jobim — e pelo seu amor à vida. Vinicius dizia que “a vida só se dá para quem se deu”, e foi capaz de transformar sentimentos em versos que embalam corações há gerações. Ele foi um dos grandes responsáveis por dar à Bossa Nova suas letras sofisticadas e sensíveis, aproximando poesia e música de maneira única.

Por fim, se hoje você ouve Bossa Nova em trilhas de filmes de Hollywood, comerciais de refrigerante e playlists do mundo todo, saiba que o gênero também é referência obrigatória em escolas de música no exterior. Músicos de jazz do calibre de Stan Getz, Herbie Hancock e até Miles Davis declararam seu amor pelo balanço brasileiro, e muitos ainda estudam as harmonias complexas e melodias suaves criadas por nossos mestres.

Viu só? A Bossa Nova não é apenas um gênero musical: é um verdadeiro passaporte cultural que levou o Brasil a ser reverenciado mundo afora. E se bateu aquela vontade de mergulhar nesse universo, já sabe: acesse o Soundz (https://soundz.com.br), plataforma de streaming de música grátis, para escutar os clássicos da Bossa Nova, criar playlists e explorar uma revista digital cheia de conteúdo de qualidade sobre música e muito mais. Porque, como diria Vinicius, “que seja infinito enquanto dure” — e, com a Soundz, dá pra fazer a Bossa durar pra sempre!

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