Se você acha que o sertanejo é só aquela sofrência raiz tocando em boteco de beira de estrada, prepare seu chapéu e segure o coração, porque o mercado sertanejo mudou mais que moda de viola! Desde suas origens lá nos anos 1920, com Cornélio Pires e sua turma lançando discos de 78 rotações, até as superproduções de hoje que lotam estádios e dominam as paradas do Spotify, o sertanejo passou por fases dignas de novela mexicana.
Nos anos 1950 e 1960, o sertanejo ainda era coisa de roça, embalando as rádios AM com duplas como Tonico & Tinoco e Liu & Léu. Era tudo na base do violão, sanfona e muita poesia do interior. Passando para os anos 1970, a galera resolveu sofisticar, trazendo arranjos mais elaborados e até orquestra, com artistas como Milionário & José Rico abrindo o caminho para uma geração de ouro. Foi aí que o sertanejo começou a sair da roça e conquistar o Brasil urbano.
O estouro nacional veio mesmo nos anos 1980, quando artistas como Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo e Zezé Di Camargo & Luciano viraram sensação. Eles trouxeram o sertanejo para a televisão e para públicos acostumados ao pop e ao rock. As letras ficaram mais românticas, as roupas mais brilhantes (saudades das ombreiras!) e os shows viraram verdadeiros espetáculos. Segundo dados da Pro-Música Brasil, nos anos 90, o sertanejo representava cerca de 40% dos discos vendidos no país. Ou seja: só dava sertanejo!
A virada do milênio trouxe a “onda universitária”. Jorge & Mateus, Luan Santana, Fernando & Sorocaba e outros jovens talentos deram um chega pra lá no sertanejo tradicional. O som ficou mais pop, guitarras elétricas e batidas modernas entraram no repertório, e as letras falaram direto com o público jovem, universitário e baladeiro. Em 2015, o sertanejo universitário dominava 70% das rádios nacionais, segundo pesquisa do ECAD.
Com a chegada dos streamings, o jogo virou de vez. O sertanejo se adaptou rapidamente ao mundo digital e, em 2025, segue como o gênero mais ouvido nas plataformas de streaming brasileiras, de acordo com o relatório anual da Deezer e da Spotify. Artistas como Marília Mendonça (eterna rainha da sofrência), Gusttavo Lima, Maiara & Maraísa e Henrique & Juliano surfaram a onda do feminejo e do “sofrência pop”, conquistando corações e paradas.
Outro ponto interessante é que o cenário sertanejo passou por uma revolução de gênero. Se antes o palco era dominado por duplas masculinas, nos últimos anos as mulheres tomaram conta do microfone – e dos autos-falantes do Brasil inteiro. Segundo levantamento da Billboard Brasil, em 2023, 4 das 10 músicas sertanejas mais tocadas eram de cantoras solo ou duplas femininas. Essa mudança abriu espaço para discussões sobre empoderamento feminino, relações modernas e muito mais.
Não dá pra esquecer da internacionalização do sertanejo. Gustavo Mioto, Luan Santana e outros começaram a gravar com artistas internacionais, trazendo feats em inglês e espanhol e colocando o sertanejo no mapa global. O YouTube foi peça fundamental nesse processo, com vídeos que ultrapassam bilhões de visualizações e ajudam a divulgar o gênero fora do Brasil.
Claro que nem tudo são flores: o mercado sertanejo também foi marcado por polêmicas sobre cachês milionários, superprodução de eventos e debates sobre autenticidade versus comercialização. Ainda assim, o gênero mostra uma incrível capacidade de se reinventar, misturando raízes e modernidade, sempre pronto para lançar o próximo hit chiclete que você vai cantar até no banho.
O futuro? Provavelmente veremos mais fusões com a música eletrônica, o funk e até o trap, além de novas vozes e parcerias internacionais. O sertanejo, que já foi visto como “coisa de interior”, hoje é a trilha sonora da vida de milhões de brasileiros, dentro e fora do país. E, se depender da criatividade e ousadia dos nossos artistas, o sertanejo ainda vai fazer muita história (e memes!) pela frente.
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