Se tem uma coisa que faz o coração do brasileiro bater mais forte é ver um artista da nossa música popular brilhando no palco, diante de uma plateia hipnotizada. As performances ao vivo da MPB são quase um rito de passagem para quem ama música, e não é raro se pegar arrepiado, emocionado ou segurando aquela lagrimazinha teimosa durante uma apresentação marcante. E olha que não faltam momentos históricos para relembrar! Vamos embarcar juntos nessa viagem pelos shows mais memoráveis da MPB, onde talento, paixão e improviso se encontram para criar experiências inesquecíveis.
Quando se fala em performances icônicas, impossível não começar com Elis Regina. Em 1974, no programa “Ensaio”, da TV Cultura, Elis mostrou porque é uma das maiores vozes do Brasil. Sua interpretação visceral de “Como Nossos Pais”, de Belchior, é quase um manual de como emocionar uma plateia. Elis envolvia o público não só com a potência vocal, mas com seu carisma e expressividade. Dizem que, nos bastidores, até os técnicos ficavam arrepiados quando ela começava a cantar – e não é para menos!
Falando em arrepiar, Gal Costa transformou o Festival de Música Popular Brasileira da Record, em 1967, em um palco de pura ousadia ao apresentar “Divino Maravilhoso” com uma energia que transbordava do palco para o público. Gal era pura força e liberdade, e essa performance foi um divisor de águas, não só para sua carreira, mas para toda a Tropicália. Aliás, se você nunca assistiu, trate de procurar esse vídeo: é uma aula de presença de palco e intensidade.
Já Caetano Veloso, outro gênio da Tropicália, fez história em 1968, durante o III Festival Internacional da Canção, no Rio de Janeiro. Ao apresentar “É Proibido Proibir”, Caetano peitou a plateia vaiando e fez um discurso afiado sobre a liberdade artística. Não foi só música: foi resistência, foi política, foi arte com A maiúsculo. O registro ficou para sempre como uma das noites mais emblemáticas da história da MPB.
E quem nunca ouviu falar do antológico show “Fina Estampa” de Chico Buarque? Em 1996, Chico subiu ao palco do Canecão, no Rio, com repertório repleto de homenagens ao cancioneiro latino-americano, e mostrou mais uma vez sua elegância e domínio de palco. Com sua voz suave, Chico fez o público cantar junto em “O Que Será (À Flor da Pele)”, enquanto entregava interpretações que iam do sutil ao arrebatador. Teve gente que saiu do show com a alma renovada – e com a garganta rouca de tanto cantar junto.
A MPB também é feita de encontros históricos, como o show “Doces Bárbaros”, de 1976. Imagina só: Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia no mesmo palco, trocando olhares cúmplices e improvisando músicas que entraram para a história. O show virou disco, documentário e lenda: a energia entre eles era tamanha que até hoje é referência para quem quer entender o espírito colaborativo da MPB.
Não podemos esquecer de Milton Nascimento no festival de Montreux, em 1983. Entre suíços curiosos e brasileiros apaixonados, Milton emocionou a plateia internacional com versões intensas de “Cálice”, “Nada Será Como Antes” e, claro, “Travessia”. Naquele palco distante, Milton levou a alma mineira e universalizou de vez a música brasileira, mostrando que a nossa emoção não tem fronteiras.
E se você gosta de performances com o famoso “algo a mais”, confira a apresentação de Maria Bethânia no Teatro Municipal do Rio, em 1975. Dona de um poder de interpretação arrebatador, Bethânia trouxe poesia, religiosidade e sensualidade numa só performance. Sua versão de “O Canto de Dona Sinhá”, com gestos teatrais e olhar hipnotizante, mostrou que Bethânia não canta: ela incorpora.
Nos anos 2000, Lenine deu um show de energia no palco do Rock in Rio, em 2001. Misturando MPB, rock, regionalismo e muita criatividade, ele fez a multidão pular e revelou para o mundo que a música brasileira é pura renovação. A galera que estava lá ainda lembra do coro uníssono em “Paciência” – e de como foi difícil sair do ritmo depois daquela noite.
E claro, não poderíamos fechar essa lista sem mencionar a performance de Marisa Monte no show “Barulhinho Bom”, em 1997. Unindo clássicos da MPB, samba e pop, Marisa trouxe delicadeza e força, equilibrando suavidade e potência, sempre com aquela simpatia que conquista qualquer plateia.
Essas são apenas algumas das melhores performances ao vivo dos artistas da MPB – cada uma delas carregando emoção, história e muita música boa. A boa notícia? Muitas dessas apresentações estão disponíveis para você ouvir e reviver a qualquer hora. Quer sentir todo esse clima de perto? O Soundz (https://soundz.com.br) é a sua plataforma de streaming de música grátis, perfeita para escutar músicas, criar playlists e conhecer uma revista digital cheia de variedades. Corre lá, conecte seus fones e embarque nessa viagem musical pelo melhor da nossa música!