Se existe uma década que marcou o rock nacional como uma tatuagem de chiclete colado na sola do tênis, definitivamente foram os anos 80. Com o fim da ditadura militar batendo à porta, a criatividade dos músicos brasileiros explodiu em letras críticas, irreverentes e apaixonadas, embaladas por riffs de guitarra que até hoje ecoam em festas e playlists. E cá entre nós: quem nunca se pegou cantando uma dessas músicas a plenos pulmões, que atire a primeira palheta!
A efervescência cultural daquela época trouxe bandas que virariam lendas, e singles que se tornariam hinos de gerações. Quem viveu sabe: os anos 80 foram o paraíso para quem queria rock, rebeldia e uma pitadinha de poesia no dia a dia. E para quem não viveu, nunca é tarde para descobrir – afinal, streaming existe para isso, não é mesmo? Prepare-se para uma viagem pelo universo das melhores músicas do rock nacional dos anos 80, com dados, causos e aquela dose gostosa de nostalgia.
Começamos, claro, com Legião Urbana. Impossível falar de rock nacional sem citar Renato Russo e sua trupe. O álbum “Dois” (1986) é um verdadeiro divisor de águas, trazendo “Eduardo e Mônica”, que narra o amor improvável de dois jovens tão diferentes, mas que se completam. E quem nunca se emocionou com “Tempo Perdido”? Ela se tornou um dos maiores clássicos do grupo, tocando em rádios, formaturas e até casamentos (cada um com seu gosto!). A força lírica e política de “Que País é Este” (lançada em 1987, mas composta ainda nos anos 70) fazia multidões gritarem nas arquibancadas e praças Brasil afora.
Mas não foi só a Legião que fez história. Os Paralamas do Sucesso, liderados por Herbert Vianna, trouxeram uma mistura irresistível de rock, reggae e pop, com letras engajadas e dançantes. “Alagados” (1986) é praticamente um retrato das dificuldades sociais brasileiras, enquanto “Óculos” marcou gerações, principalmente quem sofreu bullying por usar aquele acessório de grau tamanho fundo de garrafa. E vamos combinar: difícil não se animar com “Meu Erro” ou “Lanterna dos Afogados”, que até hoje fazem multidões cantarem em coro.
Não podemos esquecer dos Titãs, que, em 1986, lançaram o álbum “Cabeça Dinossauro”, considerado por muitos críticos como um dos melhores discos do rock brasileiro de todos os tempos. Músicas como “Polícia”, “Igreja” e a própria “Cabeça Dinossauro” são carregadas de crítica social e política, além de uma energia crua que fazia – e faz – qualquer um pular no show. Já “Sonífera Ilha” (1984), do primeiro disco, mostrou que também havia espaço para humor e leveza no repertório da banda.
Os Engenheiros do Hawaii também brilharam nos anos 80, com um estilo mais filosófico e existencialista. Humberto Gessinger e companhia emplacaram “Toda Forma de Poder” (1986) e “Infinita Highway” (1987), faixas que misturavam críticas à sociedade com reflexões pessoais – tudo embalado por solos de guitarra marcantes e uma postura meio blasé, meio professor universitário alternativo.
Kid Abelha foi outro nome imprescindível do período. Paula Toller e sua voz inconfundível deram vida a hits como “Como Eu Quero” (1984) e “Lágrimas e Chuva”, além de “Pintura Íntima”, que causou certo frisson com sua ousadia em falar de desejo de forma tão aberta e divertida. O som pop rock da banda embalou amores e desilusões adolescentes, sempre com muito estilo.
Barão Vermelho, com Cazuza ainda nos vocais, trouxe “Pro Dia Nascer Feliz” (1983) e “Bete Balanço” (1984), mostrando que o rock nacional podia ser visceral, sincero e poético. Quando Cazuza saiu para carreira solo, ainda nos presenteou com músicas marcantes como “O Tempo Não Para” (1988) e a tocante “Exagerado” (1985), verdadeiros hinos para quem tem o coração no volume máximo.
E claro, não podemos deixar o RPM de fora. O álbum “Rádio Pirata ao Vivo” (1986) vendeu mais de 3 milhões de cópias, sendo um marco na história fonográfica brasileira. “Olhar 43”, “A Cruz e a Espada” e “Revoluções por Minuto” fizeram multidões lotarem estádios, mostrando que rock nacional também sabia ser pop de um jeito irresistível.
Outros nomes e músicas merecem menção: Plebe Rude e seu clássico “Até Quando Esperar”, Capital Inicial com “Primeiros Erros”, Ultraje a Rigor com “Inútil” e “Nós Vamos Invadir Sua Praia” – todas são canções que marcaram época, seja com crítica política, seja com bom humor e irreverência.
O rock nacional dos anos 80 foi a trilha sonora de uma juventude que queria mudar o mundo – e, de certa forma, mudou. Com guitarras distorcidas, letras afiadas e muita atitude, essas músicas continuam atuais, seja nas festas “flashback”, seja nos fones de ouvido de quem acabou de descobrir que música boa não tem idade.
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