Música

A influência do samba no cinema brasileiro: Trilhas sonoras que marcaram época

Quando falamos de cinema brasileiro, é quase impossível não pensar no batuque envolvente do samba. Esse ritmo que nasceu nos morros e quintais do Rio de Janeiro, há mais de um século, atravessou gerações, fronteiras e, claro, telas de cinema. O samba não só embalou histórias e personagens inesquecíveis, mas também ajudou a construir a identidade sonora do nosso cinema, sendo trilha de fundo para emoções, reviravoltas e clímax dignos de Oscar (ou, pelo menos, de um bom debate na mesa do bar).

A influência do samba nas trilhas sonoras do cinema brasileiro é tão forte que, em muitos casos, é impossível separar a lembrança do filme do batuque inconfundível do pandeiro. Não acredita? Basta pensar em clássicos como Orfeu Negro, que levou a estatueta dourada para casa em 1960, conquistando o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. A trilha de Luiz Bonfá e Antônio Carlos Jobim trouxe à tona não só o samba, mas a bossa nova, tornando cada acorde uma ponte entre Brasil e o mundo.

Mas o samba não ficou restrito aos anos dourados do cinema. Em 1976, Dona Flor e Seus Dois Maridos, baseado na obra de Jorge Amado, chegou às telonas acompanhado de uma trilha sonora antológica. A faixa O Que Será (À Flor da Pele), de Chico Buarque, ressoa até hoje nos corações apaixonados, mostrando como o samba pode ser tão dramático quanto uma reviravolta de novela das oito.

E quem não se lembra de Cidade de Deus, lançado em 2002? Embora o filme seja reconhecido pela crueza e intensidade, a trilha sonora, recheada de sambas, ajudou a dar humanidade aos personagens e aproximar o espectador do universo retratado. Sambas como Preciso Me Encontrar, na voz de Cartola, ecoaram nos cinemas do mundo inteiro, mostrando que mesmo nos momentos mais tensos, o samba pode ser resistência, protesto e esperança.

Falando em resistência, é impossível deixar de mencionar O Pagador de Promessas, de 1962, o primeiro filme brasileiro a levar a Palma de Ouro em Cannes. A trilha, recheada de elementos do samba de raiz, reforça a jornada do protagonista Zé do Burro, tornando cada passo dele ainda mais impactante.

Nos últimos anos, produções como Noel – Poeta da Vila e Cazuza: O Tempo Não Para também revisitaram o universo do samba, mostrando a importância de ícones como Noel Rosa e a influência do ritmo mesmo em artistas mais ligados ao rock e à MPB. E, claro, não podemos esquecer dos documentários, como O Mistério do Samba, de 2008, que mergulham fundo nas origens e transformações desse estilo musical tão nosso.

Muito mais do que pano de fundo, o samba é personagem, narrador e até protagonista nas histórias do cinema brasileiro. Ele embala amores, embates, conquistas e derrotas, traduzindo o espírito de um povo que, mesmo diante das maiores dificuldades, não perde o compasso. Aliás, talvez essa seja a maior influência do samba nas nossas telas: mostrar que a vida, com todos os seus altos e baixos, sempre pode ser dançada.

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