Se tem um universo que abraçou as redes sociais de braços abertos – e chapéu na cabeça, é claro – foi o sertanejo. Muito além dos palcos, as duplas e artistas solo desse gênero encontraram no Instagram, Facebook, TikTok e X (ex-Twitter) uma verdadeira ponte para se conectar com fãs, impulsionar carreiras e até lançar hits que viralizam em minutos. A transformação digital mudou a forma como consumimos música, e, no caso dos sertanejos, ela foi responsável por tornar nomes antes restritos às rádios regionais em verdadeiros fenômenos nacionais e internacionais.
Basta olhar para as estatísticas: segundo dados da Associação Brasileira de Música Independente (ABMI), o sertanejo continua sendo o gênero musical mais ouvido do Brasil, sustentado fortemente pela presença online dos artistas. Marília Mendonça, Gustavo Lima, Jorge & Mateus e tantos outros não apenas somaram milhões de seguidores em suas redes, mas transformaram cada publicação em uma oportunidade de criar tendências, memes, desafios e, claro, engajamento. Em 2024, por exemplo, uma pesquisa da Crowley apontou que 9 das 10 músicas mais tocadas no país tinham forte presença nas redes, com clipes e trechos virais circulando principalmente no TikTok.
As redes sociais deram voz e rosto aos sertanejos, humanizando artistas que antes pareciam inalcançáveis. Lives durante a pandemia de 2020/2021? Os sertanejos lideraram a audiência, com Gustavo Lima quebrando recordes mundiais de visualizações simultâneas. Os números não mentem: só no Instagram, as lives de artistas sertanejos chegaram a mais de 12 milhões de visualizações em uma única noite. A intimidade proporcionada por Stories, Reels e transmissões ao vivo fez com que o público se sentisse ainda mais próximo dos ídolos, acompanhando de perto desde a composição de uma nova música até o churrasco do fim de semana.
Outro ponto de destaque é o poder de lançamento. Antigamente, lançar uma música dependia de rádio, TV e muita sorte. Hoje, basta um post certeiro, uma trend no TikTok ou um teaser engraçado para uma nova faixa explodir. Simone Mendes, por exemplo, teve uma de suas músicas mais recentes viralizada antes mesmo do lançamento oficial, graças a um desafio de dança no Instagram. E o público adora participar! Os fãs viram promotores prontos a espalhar refrões chicletes, hashtags criativas e vídeos de dancinhas – porque, convenhamos, sertanejo sem coreografia não tem a mesma graça.
Além da promoção, as redes sociais também reinventaram as parcerias. Artistas de diferentes estilos se conhecem, se conectam e até negociam colaborações por DM. A mistura do sertanejo com funk, pop ou pagode ganha vida muito antes de chegar ao estúdio, graças à interação online e ao burburinho criado entre os seguidores. Isso sem contar que os feedbacks instantâneos ajudam na tomada de decisões: ficou na dúvida sobre o novo refrão? Pergunta pros seguidores, que eles respondem na hora – e, se não gostarem, não têm papas na língua!
Por fim, vale destacar o aspecto comercial. Patrocínios, contratos publicitários, convites para eventos e até produtos próprios (alô, linha de chapéus, cachaça e até cosméticos!) se multiplicam quando o artista constrói uma base sólida de seguidores engajados. As redes sociais se tornaram o verdadeiro palco B dos sertanejos, onde performance, carisma e autenticidade são a chave para o sucesso. E se você acha que isso é modinha, pense de novo: quem não está online, está ficando para trás.
Ou seja, se os sertanejos já cantavam sobre saudade, amor não correspondido e vida no interior, agora acrescentam mais um verso à canção: “Quem não posta, não é visto”. E, cá entre nós, ninguém quer ser o único a não dançar a coreografia do hit do momento.
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