Se tem um ritmo que nunca passa despercebido nas playlists dos brasileiros, é o funk proibidão. Direto dos morros cariocas para o topo das paradas do Brasil – e, por que não dizer, do mundo –, o gênero conquistou um espaço que muita gente, até pouco tempo atrás, achava impossível. O funk proibidão é aquele parente ousado do funk carioca tradicional, que não tem papas na língua e fala sobre temas polêmicos, do cotidiano das periferias ao retrato cru da realidade das comunidades. E vamos combinar: quem nunca se pegou batucando na mesa ou dançando escondido aquele batidão que “não pode” tocar em qualquer lugar?
A origem do funk proibidão remonta ao fim dos anos 1990, quando DJs e MCs começaram a abordar, de forma explícita, temas como violência, tráfico e as batalhas diárias da favela. Não é à toa que o nome pegou: várias dessas músicas foram censuradas, banidas de rádios e, em muitos casos, até alvos de operações policiais. Mas, ao contrário do que muitos pensavam, a censura só serviu como combustível para o movimento crescer. Afinal, o proibido sempre foi mais gostoso, né?
Com nomes como MC Cidinho & Doca, MC Smith, MC Bob Rum e MC Menor do Chapa, o funk proibidão foi ganhando força e se espalhando pelos bailes e festas do Rio e, logo, de outras capitais. O “Rap das Armas”, por exemplo, fez tanto sucesso que foi trilha sonora do filme “Tropa de Elite”, um verdadeiro fenômeno cultural. Mesmo com toda a polêmica, era impossível ignorar a batida envolvente, os refrãos chicletes e, claro, a sinceridade quase brutal das letras.
O mais curioso é que, apesar da perseguição e de muitos MCs sofrerem repressão, o funk proibidão nunca deixou de se reinventar. Com o avanço da internet e o surgimento das plataformas digitais, o gênero encontrou um terreno fértil para crescer sem amarras. YouTube, Soundz e outras redes sociais ajudaram os artistas a driblarem a censura e chegarem a um público ainda maior. Segundo dados do Spotify e do YouTube, o funk é constantemente o gênero mais ouvido no Brasil, com milhões de streams mensais – e o proibidão, claro, tem sua fatia garantida nesse bolo.
Hoje em dia, o funk proibidão alcança não só as favelas, mas também as coberturas luxuosas e festas de universitários. DJs e produtores renomados já samplearam batidas do proibidão e misturaram com outros estilos, criando hits que estouram nas rádios, festas e, claro, nas redes sociais. Não dá para negar: o que era marginalizado virou tendência, influenciando moda, linguagem e comportamento.
Apesar de ainda ser alvo de polêmicas – principalmente pelo conteúdo explícito de algumas letras – o funk proibidão é, acima de tudo, uma crônica musical das quebradas brasileiras. É a voz de quem nunca teve espaço na grande mídia, mas que encontrou na música um megafone para o mundo. E, sejamos sinceros, poucas coisas são tão democráticas e poderosas quanto a pista de dança cheia, todos descendo até o chão ao som de um batidão proibido.
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