Música

Rock brasileiro: conheça as bandas que marcaram os anos 90

Quando falamos em rock brasileiro dos anos 90, é como se abríssemos um baú repleto de guitarras distorcidas, letras marcantes e uma boa dose de ousadia. Essa década foi um verdadeiro divisor de águas na música nacional. O cenário fervilhava com bandas que não tinham medo de experimentar, misturar ritmos e, claro, colocar todo mundo para pular (ou pensar) com suas canções. É impossível falar desse período sem ter aquele gostinho nostálgico e, ao mesmo tempo, reconhecer como essas bandas influenciaram gerações – seja nos palcos, nas rádios ou, mais recentemente, nas plataformas digitais.

Engana-se quem pensa que o rock brasileiro começou nos anos 90. Mas foi nessa época que ele se reinventou. Com o fim da censura e a abertura política dos anos 80, a música ganhou espaço para discutir temas como política, amor, cotidiano e até mesmo existencialismo com uma linguagem próxima ao jovem da época. Se você já ouviu alguém dizer que “os anos 90 foram a última grande era do rock nacional”, saiba que tem um fundo de verdade aí.

Vamos relembrar – e curtir – algumas das bandas mais emblemáticas que marcaram essa geração:

Legião Urbana pode ter surgido nos anos 80, mas foi nos 90 que consolidou seu status de lenda. O álbum “V”, de 1991, trouxe músicas profundas e complexas, mostrando a maturidade artística do grupo liderado por Renato Russo. Quem nunca se emocionou com “Vento no Litoral” ou refletiu com “O Mundo Anda Tão Complicado”? Mesmo após a morte de Renato Russo em 1996, a Legião Urbana seguiu influenciando jovens rebeldes e poetas de apartamento.

Os Paralamas do Sucesso também atravessaram décadas, mas foi no início dos anos 90, com “Os Grãos” e “Severino”, que mostraram seu talento para evoluir. A mistura única de rock, reggae e ritmos brasileiros fez deles uma das bandas mais respeitadas, inclusive internacionalmente. Herbert Vianna, sempre inspirado, transformava experiências pessoais em hits inesquecíveis, como “Ela Disse Adeus” e “Busca Vida”.

Outra que não pode faltar na playlist é o Raimundos. Formada em Brasília, a banda trouxe o forró para o universo do rock de forma irreverente e bem-humorada. O álbum “Lavô Tá Novo”, de 1995, vendeu mais de 500 mil cópias e colocou músicas como “Eu Quero Ver o Oco” e “Mulher de Fases” no topo das paradas. Raimundos foi um verdadeiro fenômeno, mostrando que o rock nacional podia ser pesado, divertido e cheio de identidade.

Falando em irreverência e atitude, O Rappa surgiu em 1993 e logo conquistou espaço com letras sociais e engajadas. O álbum “Rappa Mundi”, de 1996, trouxe sucessos como “A Feira” e “Miséria S.A.”, misturando rock, reggae, rap e música popular brasileira com críticas afiadas à desigualdade e à violência urbana. Não demorou para que o grupo virasse referência em inovação musical e mensagem forte.

A década de 90 também foi o berço da Charlie Brown Jr., comandada por Chorão. Direto de Santos, a banda era a cara da juventude urbana, misturando rock, rap, skate e até reggae. O disco “Transpiração Contínua Prolongada”, de 1997, trouxe à tona clássicos como “Proibida Pra Mim” e “O Coro Vai Comê!”, tornando-se trilha sonora de muitos rolês de skate e encontros no litoral.

Skank, vindo de Minas Gerais, embalou o Brasil com seu som acessível, juntando pop, reggae e rock. O álbum “Calango”, de 1994, vendeu mais de 1 milhão de cópias e colocou hits como “Esmola” e “Pacato Cidadão” na boca do povo. Ao longo dos anos 90, a banda de Samuel Rosa transformou-se em uma das queridinhas das rádios – e dos grandes festivais.

Engenheiros do Hawaii, com Humberto Gessinger à frente, marcaram época com letras inteligentes e uma sonoridade que transitava entre o pop rock e o progressivo. O disco “O Papa é Pop”, de 1990, trouxe faixas icônicas como “Era um Garoto Que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones” e “O Papa é Pop”, mostrando que o grupo sabia combinar crítica social, melodia pegajosa e arranjos elaborados.

E não podemos esquecer do Planet Hemp, que misturou rock, rap e uma postura contestadora. “Usuário”, álbum de estreia lançado em 1995, fez barulho ao abordar abertamente temas como a legalização da maconha, liberdade de expressão e marginalização. Liderados por Marcelo D2 e BNegão, o Planet Hemp virou símbolo de resistência, quebrando tabus e levando multidões a seus shows polêmicos.

Há muitas outras bandas que poderiam figurar nessa lista: Jota Quest, Detonautas, Pato Fu, Maskavo e tantas mais, cada uma trazendo sua pegada, seu sotaque e sua mensagem para o rock nacional.

O que fica de legado dos anos 90 é a liberdade criativa, a mistura de estilos e a coragem de falar o que muita gente só pensava. Essas bandas abriram caminho para os novos nomes que surgiram nos anos 2000 e continuam influenciando toda uma geração de músicos e fãs. Então, que tal reviver tudo isso ouvindo aquele som que marcou época? No Soundz (https://soundz.com.br), você pode escutar esses clássicos, criar suas próprias playlists e ainda ficar por dentro de tudo que rola no universo da música e cultura pop. E o melhor: tudo grátis! Bora embarcar nessa viagem nostálgica e descobrir – ou redescobrir – o melhor do rock brasileiro dos anos 90.

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