Se você chegou até aqui, é porque já foi fisgado pelo balanço irresistível do samba. A boa notícia é que você não está sozinho: do miudinho dos pés nos bares cariocas ao batuque das grandes rodas de samba ao redor do Brasil, esse gênero musical segue sendo trilha sonora de vidas atravessadas por alegrias, dores de cotovelo, festas e, claro, muita emoção. Agora, prepare-se para embarcar numa viagem sonora e afetiva pelos 29 melhores discos de samba para ouvir e se emocionar. É tanta obra-prima que, se algum disco aqui não te fizer sorrir ou chorar, talvez seja hora de verificar se o coração está batendo no ritmo certo!
Começando pelo clássico dos clássicos, “Acabou Chorare” dos Novos Baianos (1972) pode ser lembrado por sua mistura de samba com outros gêneros, mas ninguém fica parado ao ouvir “Preta Pretinha” ou “Mistério do Planeta”. Falando em clássicos, Paulinho da Viola é dono de uma obra que dispensa apresentações, mas o disco “Nervos de Aço” (1973) é obrigatório na coleção. É daqueles que fazem a gente pensar sobre a vida, o amor e um belo copo de cerveja gelada.
Seguindo o desfile dos mestres, Cartola merece um altar inteiro só para ele. O álbum “Cartola” (1976) é um mergulho profundo nas raízes do samba, com “As Rosas Não Falam” e “O Mundo é um Moinho” emocionando até quem jura que não chora ouvindo música. Clara Nunes, com seu disco antológico “Clara” (1973), também não pode ficar de fora — só “Conto de Areia” já é um convite para deixar o coração bater mais forte.
Beth Carvalho é conhecida como a “madrinha do samba” por um bom motivo. O álbum “De Pé no Chão” (1978) reúne sambas-enredo e canções de partido-alto que fazem qualquer um arriscar uns passinhos, mesmo que escondido na sala de casa. E falando em passos, Jorge Aragão, com “Coisa de Pele” (1986), mostra sua habilidade de fazer letras que são verdadeiros poemas populares.
Candeia, um dos grandes nomes do samba de raiz, nos presenteou com “Luz da Inspiração” (1975), disco que é pura poesia e resistência. Já Martinho da Vila, com seu “Canta Canta, Minha Gente” (1974), consegue colocar multidões pra cantar em coro — impossível não se emocionar com “Disritmia”.
Se nostalgia é o que você procura, “Samba Esquema Novo” (1963) de Jorge Ben Jor trouxe um frescor inovador ao samba, misturando elementos de bossa nova e criando clássicos eternos como “Mas, Que Nada”. Não podemos esquecer de Zeca Pagodinho, figura carismática que representa a renovação do samba. Seu disco de estreia, “Zeca Pagodinho” (1986), é recheado de sucessos que embalam churrascos e animam festas por todo o país.
No universo das grandes rodas de samba, Fundo de Quintal é unanimidade. O disco “Samba É No Fundo de Quintal” (1980) deu novo fôlego ao gênero, popularizando instrumentos como o tantã e o banjo. Almir Guineto, outro gigante, também brilha com “O Suburbano” (1981), mostrando a força do samba carioca.
Não podemos deixar de mencionar Dona Ivone Lara, a “Grande Dama do Samba”. O disco “Sorriso Negro” (1981) é recheado de sambas que tocam fundo na alma, além de ter inspirado gerações de sambistas e amantes da música brasileira.
Quem gosta de samba-enredo vai se perder de amores pelo “Explode Coração” (1995) da escola de samba Salgueiro, que é uma aula de emoção e criatividade. E para quem aprecia a mistura do samba com outros ritmos, Seu Jorge mostrou em “Samba Esporte Fino” (2001) que o gênero está mais vivo e moderno do que nunca.
O samba sempre foi território fértil para experimentações e encontros. Ney Matogrosso, por exemplo, com o disco “Atento aos Sinais” (2013), trouxe canções com pegada de samba que surpreendem e emocionam. Marisa Monte, com “Universo ao Meu Redor” (2006), também fez um tributo delicioso ao samba, resgatando composições antigas e dando nova vida a pérolas esquecidas.
Outros discos que valem cada minuto de audição: Elza Soares e seu “A Mulher do Fim do Mundo” (2015), que mistura samba com crítica social e experimentalismo; Wilson das Neves, com “Pra Gente Fazer Mais Um Samba” (2011), mostrando a classe de um mestre da bateria; Arlindo Cruz, com “Batuques do Meu Lugar” (2012), e seu talento inigualável para fazer o samba soar moderno sem perder a raiz; Moacyr Luz e seu “Samba da Cidade” (2001), perfeito para quem quer sentir a alma do Rio de Janeiro em cada nota.
E se bater aquela vontade de conhecer trabalhos mais recentes, a nova geração de sambistas também está bem representada. Teresa Cristina, com “Teresa Cristina Canta Cartola” (2016), faz um tributo delicado e emocionante ao mestre. Já Diogo Nogueira, em “Alma Brasileira” (2017), prova que o samba corre forte nas veias das novas gerações.
Claro, essa lista poderia ter 50, 100 ou até 200 discos, mas aqui estão 29 álbuns que resumem a grandiosidade e a emoção do samba brasileiro ao longo das décadas. Cada disco é uma história, uma memória, um convite ao sorriso e, de vez em quando, aquela lágrima teimosa que insiste em cair. Não importa se você é do tipo que samba do lado do balcão ou se arrisca no miudinho da pista: o importante é deixar o coração se emocionar, porque samba bom é aquele que faz sentir. E, cá entre nós, ouvir um desses discos na companhia de amigos, família ou até naquele momento de reflexão solitária é receita infalível para aquecer a alma.
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