Música

Os segredos por trás das letras da MPB

Você já se pegou cantando uma música da MPB sem saber exatamente o que ela quer dizer? Bem-vindo ao clube! A Música Popular Brasileira, ou simplesmente MPB para os íntimos, é muito mais do que um gênero: é um caldeirão cultural onde cada verso esconde histórias, críticas sociais, paixões arrebatadoras e, claro, muitos segredinhos. Prepare-se para descobrir os mistérios que fazem das letras da MPB um verdadeiro universo paralelo cheio de significados.

Tudo começa lá atrás, nos anos 1960, quando nomes como Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil passaram a usar sua arte como forma de burlar a censura. Não era só amor que inspirava essas letras, mas também o contexto político tenso do período da ditadura militar. Foi assim que surgiram códigos e metáforas. Chico Buarque, por exemplo, ficou conhecido como o mestre dos enigmas. Quem nunca ouviu “Apesar de Você” e pensou: ué, quem seria esse ‘você’? Spoiler: não era uma ex-namorada, mas sim uma indireta – nada sutil – ao regime militar da época. E tudo isso embalado por um sambinha irresistível. Se os censores soubessem…

E tem mais! Caetano Veloso e Gilberto Gil criaram verdadeiros manuais de resistência e ancestralidade nas suas canções. Em “Alegria, Alegria”, Caetano faz um retrato irônico da sociedade de consumo, enquanto Gil, em “Aquele Abraço”, mistura saudações a bairros do Rio de Janeiro com um tchauzinho disfarçado para a repressão. E tudo isso sem perder o swing! As letras da MPB são como aquele amigo que faz piada séria e só depois você entende a profundidade da coisa.

Outra estrela das entrelinhas é Milton Nascimento. Em “Cálice”, parceria com Chico Buarque, o trocadilho entre ‘cálice’ e ‘cale-se’ é quase um tapa de luva na censura. O refrão se repete como uma súplica: “Pai, afasta de mim esse cálice”, um pedido por liberdade, mas também um protesto contra o silenciamento imposto pelo regime. Até Tom Jobim, geralmente associado a temas mais leves, sabia brincar com palavras. Em “Águas de Março”, a sucessão de imagens aparentemente banais esconde uma reflexão filosófica sobre o ciclo da vida e o renascimento após a tempestade. Genialidade ou magia? Um pouco dos dois.

A MPB também é famosa por utilizar elementos regionais e gírias locais para transmitir mensagens complexas. O uso de termos como “morena”, “samba”, “maracatu” e “sertão” não é só estética: é um jeito de valorizar as raízes brasileiras e, vez ou outra, provocar debates sociais. Pense em “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. A letra fala sobre seca e migração no Nordeste, mas também é uma ode à esperança e à força do povo nordestino. Tudo isso embalado por uma melodia que gruda na cabeça.

Nem tudo, porém, é só política ou drama. A MPB sabe ser romântica e divertida na medida certa. Djavan, por exemplo, é um enigma ambulante, com letras que desafiam até os dicionários. “Um amor puro, um amor seguro, um amor que dá e pede pouco.” Parece simples, mas as imagens e palavras inventadas (alô, Djavanês!) escondem sentimentos universais e deixam espaço para cada um criar sua própria interpretação.

Claro que a criatividade segue firme em 2025! Novos nomes como Liniker, Luedji Luna e Rubel continuam a tradição de misturar poesia, crítica e emoção em letras cheias de significado. Redes sociais e plataformas de streaming ampliaram o alcance dessas mensagens e, agora, todo mundo pode ser detetive musical, buscando sentidos ocultos e compartilhando descobertas com os amigos.

No fim das contas, os segredos da MPB estão aí para serem desvendados, mas também para serem sentidos. Ouvir (e reouvir) essas canções é uma viagem pelo Brasil, por seus amores, dores e sonhos. Então, da próxima vez que aquela música da MPB tocar, preste atenção: talvez você descubra um novo segredo!

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